Seja bem-vindo
Santa Catarina,12/03/2025

  • A +
  • A -
Publicidade

Após EUA, Israel anuncia saída do Conselho de Direitos Humanos da ONU

g1.globo.com
Após EUA, Israel anuncia saída do Conselho de Direitos Humanos da ONU


Ministro israelense citou 'viés institucional' do órgão contra o país. Decisão ocorre dois dias após Trump também retirar EUA do conselho da ONU e suspender financiamento da agência para refugiados palestinos, a UNRWA. Prédios em ruínas em Gaza
REUTERS/Amir Cohen
Após os Estados Unidos, Israel informou nesta quinta-feira (6) o Conselho de Direitos Humanos (CDH) da ONU que se retirará do órgão. O ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, citou "viés institucional" do conselho contra o país.
"A decisão foi tomada à luz do contínuo e implacável viés institucional contra Israel no Conselho de Direitos Humanos, que persiste desde sua criação em 2006", afirmou o ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, em carta enviada ao presidente do CDH da ONU, Jorg Lauber.
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
A saída de Israel do CDH ocorre dois dias após Trump ter assinado a retirada dos EUA do órgão da ONU. Leia mais detalhes abaixo.
Relatora especial da ONU, Francesca Albanese, afirmou que a retirada de Israel do Conselho de Direitos Humanos é "extremamente grave".
"Isso demonstra arrogância e falta de reconhecimento do que eles [Israel] fizeram. Insistem em sua própria retidão, como se não tivessem nada pelo que prestar contas, e estão provando isso para toda a comunidade internacional", disse Francesca Albanese à Reuters.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU é um órgão criado pela entidade em 2006 para promover tópicos como liberdade de associação e movimento, liberdade de expressão, de crença e direitos das mulheres e da população LGBTQIAP+ —além de investigar alegações de violações de estados-membros.
Albanese afirmou temer que "o genocídio de Israel contra os palestinos se expanda" e se intensifique agora na Cisjordânia —território ocupado que os palestinos querem, junto com Gaza, como o núcleo de um futuro Estado independente.
Investigada por acusações de genocídio na Corte Internacional de Justiça, Israel nega as acusações da prática na Faixa de Gaza e afirma que está protegendo seus legítimos interesses de segurança tanto na Cisjordânia quanto em Gaza, onde um cessar-fogo frágil está atualmente em vigor após uma guerra de 16 meses contra o grupo militante islâmico Hamas.
Ministro israelense ordena que Forças Armadas preparem plano para 'saída voluntária' de moradores de Gaza
Trump tira EUA do CDH e faz fala polêmica sobre Gaza
Trump durante coletiva com Netanyahu na Casa Branca
Reuters/Elizabeth Frantz
O presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva na terça-feira (4) que retirou os EUA do Conselho de Direitos Humanos da ONU e mantendo a suspensão do financiamento para a agência da entidade que fornece assistência para refugiados palestinos, a UNRWA.
Em um evento com a presença de jornalistas no Salão Oval da Casa Branca para a assinatura dos decretos, ele também afirmou que a única alternativa dos palestinos que vivem na Faixa de Gaza é deixar o território — uma ideia apoiada pela extrema direita israelense, e que constituiria limpeza étnica perante o direito internacional, segundo analistas.
Já a UNRWA foi estabelecida há cerca de 75 anos, atendendo cerca de 750 mil refugiados palestinos da guerra de 1948, durante a criação do Estado de Israel. Ela é a principal organização das Nações Unidas que fornece serviços de ajuda e educação a milhões de palestinos na Cisjordânia ocupada e em Gaza. Recentemente, Israel votou por encerrar o acordou que permitia o funcionamento de seus escritórios no país.
Mais tarde na terça, em encontro com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, Trump afirmou que os EUA "assumirão" Gaza no pós-guerra e reiterou o deslocamento dos palestinos que vivem no território. A fala foi amplamente repudiada pela comunidade internacional, o que fez a Casa Branca recuar.
No entanto, Trump insistiu na ideia nesta quinta-feira ao defender que Gaza seja entregue ao país e dizer que "seria um dos empreendimentos mais espetaculares da Terra".
Destruição de Gaza
Palestinos voltam para casa na Faixa de Gaza
O conflito entre Israel e Hamas, interrompido em janeiro por um acordo de cessar-fogo, gerou uma crise humanitária no território e deixou mais de 40 mil mortos.
Até o ano passado, os Estados Unidos afirmavam ser contra o deslocamento forçado de palestinos. O então presidente Joe Biden defendia a criação do Estado da Palestina e um acordo para convivência pacífica com Israel.
As falas de Trump levantam preocupações sobre uma saída generalizada de palestinos da Faixa de Gaza, o que poderia resultar no "apagamento" do grupo na região e enfraquecer a proposta para a criação do Estado da Palestina.
Trump conversou com o rei Abdullah da Jordânia neste sábado. Em entrevista a jornalistas, o presidente norte-americano afirmou que sugeriu que o monarca aceite palestinos no país, já que a Faixa de Gaza está uma "bagunça".
No entanto, o ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi, reiterou a rejeição de seu país à proposta.
"Nossa rejeição ao deslocamento dos palestinos é firme e não mudará. A Jordânia é para os jordanianos e a Palestina é para os palestinos", disse o chanceler.
A proposta de Trump foi elogiada pelo ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, em um comunicado: "A ideia de ajudá-los a encontrar outros lugares para começar uma vida melhor é uma excelente ideia. Após anos de glorificação do terrorismo, (os palestinos) poderão estabelecer vidas novas e boas em outros lugares."
Smotrich é um dos principais nomes da extrema direita no país, defensor da anexação total dos territórios palestinos por Israel e da criação de novos assentamentos israelenses, considerados ilegais pela ONU e pela maior parte da comunidade internacional.




COMENTÁRIOS

Buscar

Alterar Local

Anuncie Aqui

Escolha abaixo onde deseja anunciar.

Efetue o Login

Recuperar Senha

Baixe o Nosso Aplicativo!

Tenha todas as novidades na palma da sua mão.